Conversa com Fábio via posts e comentários (2)

[atualizado]

Fábio:

Depois de ver ao vivo e depois da nossa conversa, fiquei pensando na coisa do desenho animado, do lúdico, da criança q imagina monstros e cria personagens monstruosos… E me veio a idéia de como ou o quanto isso influencia a criança, o adolescente, e o quanto os games violentos podem incitar a violencia e tal… Ou também, os monstros q às vezes nos tornamos quando adultos. Talvez esta cena possa caminhar por ai. Sabe, o q é bizarro e o q é lúdico?
Vou postar aqui dois vídeos , q é o mesmo vídeo em duas versões, o original e o editado com efeitos, q ilustram um pouco isso, neste caso, trata-se do Bullying. Não sei se vc já viu. Take a look: 1- http://www.youtube.com/watch?v=BWCP_0QAomQ
2- http://www.youtube.com/watch?v=Cg61KG2DQ_s

André:

Pois, é, Fábio… Bem, vamos por partes.

Não consegui ver o segundo vídeo… parece que foi retirado do YouTube por “violação das regras”. Humpf…

Realmente não tinha pensado nessa coisa toda do bullying, mas faz sentido se elementos lúdicos e bizarros (que, consequentemente, remetem a uma certa noção de violência) estão no jogo simultaneamente. “Quais são os limites entre o bizarro e o lúdico?” é a pergunta que ficou depois de ler seu comentário. E o primeiro vídeo, para mim, está nesse lugar também.

Já a questão do quanto imagens carregadas de violência podem estimular a concretização de atos violentos… uau, longa discussão essa! Lá no mestrado lemos um capítulo de um livro chamado “As imagens podem matar?”, da Marie-José Mondzain. Acho que já devo ter comentado sobre ele nos nossos encontros. Talvez seja uma boa ideia dar uma conferida nele de novo…

Fábio:

Pena vc não conseguir ver o segundo vídeo q se tratava da mesma cena, exatamente a mesma imagem, só q, com efeitos sonoros e visuais baseados no game “Street Fighter”. Ficou interessante… Me fez pensar sobre a banalização da violência, a agressividade q precisa ser trabalhada e bem canalizada desde a pré-adolescência no ambiente escolar e tal, e aí, entra a discussão sobre o atual modelo de educação já defasado, enfim, as pessoas precisam mais de corpo, sabe, de arte, ou de arte corporal. Bom, mas aí, entra o psicomotricista falando (risos).
Isso é uma grande discussão, nem acho q a cena vá exatamente pra esse lado de criticar a educação e tal, até porq é uma questão muito abrangente pra ser abordada numa única cena e acho q nem é bem esse o barato, não é? Mas, de qualquer maneira, q sirva ao menos de material, já q estamos ainda em fase de discussão e de experimentação.
Sobre o “As imagens podem matar?”, sim, sim, vc já comentou. E esse título agora, me lembrou do livro da Susan Sontag, aquele, ‘Diante da dor dos outros’ e q já me faz enveredar por outros caminhos ao pensar na imagem desse vídeo e nas imagens da sua cena. Vou colocar aqui um trechinho apenas, mas tem mais, e até fala um pouco de memória (não este q eu vou colocar aqui), depois eu levo o livro e te mostro. Eis o trecho:
“Deixemos que as imagens atrozes nos persigam. Mesmo que sejam apenas símbolos e não possam, de forma alguma, abarcar a maior parte da realidade a que se referem, elas ainda exercem uma função essencial. As imagens dizem: é isto o que os seres humanos são capazes de fazer- e ainda por cima voluntariamente, com entusiasmo, fazendo se passar por virtuosos. Não esqueçam.”
É isso. A isca certamente já taí, agora é só paciência – e ação, trabalho… – paciência ativa, não passiva – pra pescar o peixe, como diz o Lynch.

André:

Leva o livro da Susan Sontag na terça! Fiquei curioso…

De resto, sigamos atiçando os peixes 😉

Conversa com Fábio via posts e comentários

Fábio:

Depois de ver ao vivo e depois da nossa conversa, fiquei pensando na coisa do desenho animado, do lúdico, da criança q imagina monstros e cria personagens monstruosos… E me veio a idéia de como ou o quanto isso influencia a criança, o adolescente, e o quanto os games violentos podem incitar a violencia e tal… Ou também, os monstros q às vezes nos tornamos quando adultos. Talvez esta cena possa caminhar por ai. Sabe, o q é bizarro e o q é lúdico?
Vou postar aqui dois vídeos , q é o mesmo vídeo em duas versões, o original e o editado com efeitos, q ilustram um pouco isso, neste caso, trata-se do Bullying. Não sei se vc já viu. Take a look: 1- http://www.youtube.com/watch?v=BWCP_0QAomQ
2- http://www.youtube.com/watch?v=Cg61KG2DQ_s

 

 

André:

Pois, é, Fábio… Bem, vamos por partes.

Não consegui ver o segundo vídeo… parece que foi retirado do YouTube por “violação das regras”. Humpf…

Realmente não tinha pensado nessa coisa toda do bullying, mas faz sentido se elementos lúdicos e bizarros (que, consequentemente, remetem a uma certa noção de violência) estão no jogo simultaneamente. “Quais são os limites entre o bizarro e o lúdico?” é a pergunta que ficou depois de ler seu comentário. E o primeiro vídeo, para mim, está nesse lugar também.

Já a questão do quanto imagens carregadas de violência podem estimular a concretização de atos violentos… uau, longa discussão essa! Lá no mestrado lemos um capítulo de um livro chamado “As imagens podem matar?”, da Marie-José Mondzain. Acho que já devo ter comentado sobre ele nos nossos encontros. Talvez seja uma boa ideia dar uma conferida nele de novo…